carnivale [senhor de matosinhos, 2015]

Todos os anos, por volta da mesma altura, escrevo um post semelhante. Fim de Maio e início de Junho, as festas e as romarias em todo o lado. É a minha época do ano preferida.

Começa a meio de Maio. A brisa levanta-se e traz nas costas a Nortada do Senhor de Matosinhos. É uma constante, todos os anos, e todos os anos me conforta como um chegar a casa, com as suas cores e a sua presença barulhenta. Normalmente uso esta altura para comprar pratos, louça e decorações que até agora nunca tive onde aplicar; este ano, oh! Este ano tenho a minha casa com a M e já posso pôr tudo cá fora — umas coisas nas paredes, outras nos armários, tudo a uso. Mas o Senhor de Matosinhos não é só uma desculpa para compras. É a altura de andar sem destino na cidade que é siamesa da minha, de aproveitar a cor e o cheiro a algodão doce, as máquinas de gelado que dão vontade de experimentar todos os sabores e os vendedores de balões que conseguem sempre fazer com que a minha irmã lhes compre um exemplar. 

Fui sozinha pela primeira vez, este ano. Uma passagem rápida pelo Porto e meia tarde sem grande coisa para fazer levaram-me até à beira rio para comprar pratos e louça de servir. Foi mesmo no início da festa, e eu consegui fotografar caras cansadas e carregadas com a idade (como se esta fosse a primeira romaria do ano! — não é!), miúdos a brincar na rua e o zunzum dos carrosséis acabados de montar. Pude ver o meu reflexo nos vidros das máquinas da sorte, cheias de bonecos da Disney e de relógios rasca. Cheirei o doce no ar e fiquei com aquela sensação de promessa que toma conta de mim nesta altura do ano, sem excepção. Porque o Verão está ali mesmo, no virar da esquina, e não há nada igual.

(ainda lá voltei uma segunda vez, no dia da procissão, e por isso algumas das fotos são desse dia!)

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I write a similar post every year, around the same time. The end of May and the beginning of June, the parties and the carnivals all around town. This is my favorite time of the year!

It starts in the middle of May. A breeze picks up, and then a strong wind that brings Senhor de Matosinhos in its lap. It’s a constant every year, and every year I’m comforted by its presence and it’s color. I use this time to buy plates, mugs and decorations that I don’t know where to apply. This year, though, I have my own place, with M, so I’ll be able to use them, to nourish them like they have deserved for so long. It’s not just a time for shopping, though. It’s a time to wander the streets of town siamese to my own, to revel in the color and the smell of candy floss in the air, the ice cream machines that make me want to try all the flavors and the balloon sellers who always try to get my sister to buy them. 

I went alone, this year, for the first time. A quick passage through Porto and an empty afternoon made me take the trip so that I could buy dishes and serving plates, right in the beginning of the fair. I got to photograph old, tired faces (as if Senhor de Matosinhos was the first party of the season! — it isn’t!), kids playing in the street and the rumble of the freshly put together carousels. I got to see myself on the mirrors of lucky boxes filled with Disney cartoons and cheap watches. I got to smell the sweetness in the air and the sense of promise that it always, always brings me. Because the Summer is right here, around the corner, and there’s nothing quite like it. 

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